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aqui a cena é manchete

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Texto de minha produção

Universidade Aberta do Brasil - UAB
Universidade de Brasília - UNB
Licenciatura em Artes Cênicas
Disciplina: Estagio supervisionado em Teatro  3
Tutor a distancia: Lara Arce 
Tutora presencial: Maria Itamar Isidio
Aluno: Cláudio Galeno
Tarefa: Texto de Reflexões





Nos domínios do Sentimento
Este é um texto que aborda as relações entre sentimento e compreensão, todos os dias passamos por uma série de conflito dentro de nós mesmos, pois temos que saber diferenciar as coisas que queremos apreender e as que necessitamos apreender já que o nosso pensamento procura sempre lançar sua rede conceitual aos oceanos de nossas mais intimas sensações, procurando envolve-las e explicitá-las discursivamente. Mas essa simbólica apreensão não muda a qualidade do pensamento, mesmo querendo fazer o nosso jeito fazemos o que é certo ou o que aprendemos.
Como afirma André Dartigues: “A reflexão logo a saber, consciente, só se exerce sobre esse fundo de reflexão, nossa dimensão de vida que há é sentido, porque visada de objeto que já e uma perspectiva sobre o mundo, mas sentido ainda não formulado e que, afinal de contas, nenhuma fórmula poderá recuperar nem conter.”
Então quando conhecemos o mundo conhecemos também as construções discursivas da linguagem, mas para que isso ocorra temos saber quais os sentimentos que guiam a nossa razão e esses sentimentos são importantes para a nossa vida e são traçados pelo compasso das emoções. “Sejam eles referente ás percepções externas (do mundo), internas (do organismo) ou mesmo referentes ás emoções, se constituem no timão que dirige a atenção e a intelecção até os objetos a serem conhecidos. É o falso relegar os sentimentos a uma esfera inferior, ou mesmo encará-los como tropeços no caminho até o conhecimento.”
Falamos um pouco das relações que existem entre os sentimentos e a compreensão, mas será que realmente compreensão tem alguma relação com sentimentos?  Então não há compreensão sem sentimentos.
Podemos dizer que os sentimentos estão ligados a toda nossa produção de conhecimento, compreensão e linguagem racional, tendo em vista que ambos estão ligados e sem um deles e como se forcemos deficientes, vamos pensar de onde surgiu a linguagem, como ele chegou até nós? Digamos que ela surgiu a partir de expressões diretas de sentimentos humanos, tais como gritos e interjeições. Vamos ver o que diz Susanne Langer a respeito da linguagem.
“Diz ela que um fator determinante na formação da linguagem adveio do sistema visual humano, onde são produzidas imagens da realidade. Imagens estas que, de uma maneira primitiva, de certa forma “representam” as coisas do mundo, e se constituem no paradigma daquilo que chamamos imaginação.”
Para chegarmos à linguagem em si passamos por muitos processos, hoje podemos dizer que a maneira mais fácil de comunica-se é através da linguagem, mas nem sempre essa nossa linguagem é entendida, quando estivermos nessa situação temos que voltar um pouco no passando e usar a ferramenta do passando no presente e talvez no futuro, que é o que chamamos de arte, onde um ser se comunica e passa suas emoções e sentimentos através de gestos (movimentos corporais), notemos que desde a antiguidade o ser humano usar o seu corpo para comunica-se, nos dias de hoje esses movimentos comunicativos estão sumindo do nosso cotidiano.
Vamos ver o que o texto fala da arte “uma obra de arte é sempre a expressão de sentimentos, porém uma expressão diferente de um grito ou um gesto. É a expressão lavrada, concretizada numa forma, que adquire quase que o estatuto de um símbolo. Toda obra de arte é sempre uma forma; nas artes “dinâmicas”, como a música, a dança, o teatro, etc., as formas construídas são formas dinâmicas – formas que se dão no tempo.”
            Então podemos dizer que uma abra de arte não é propriamente um símbolo, tendo em vista que um símbolo é sempre um sinal que representa sempre um determinado objeto. A uma obra de arte tem a função te passar conhecimentos e emoções que vão muito além de um símbolo ou de uma imagem em um papal. Então o que falar das pinturas figurativas de uma peça de teatro, ou qualquer outra modalidade artística (com um assunto determinado)?
Baseando-se no texto acredito que a arte está em nossas vidas de várias maneiras, fazemos arte a todo o momento, já que a arte não é somente pinturas e sim um conjunto de elementos diferente do nosso cotidiano. Uma música, uma Piada, uma peça teatral, recortes de jornal, montagens de fotos em um computador, etc. Mas só podemos compreender o sentido da arte quando temos experiência com ela, ou seja, quando vivemos fazendo arte sentindo todas as suas sensações.
“Dissemos anteriormente que os sentimentos são apreensões diretas de nosso “estar - no - mundo”, sem conceitos ou símbolos. Pois bem: a obra de arte procura mostrar (concretizar) estas apreensões diretas; de certa maneira, procura revivê–las em nós. Na apreensão direta através dos sentimentos existe já um certo sentido humano, um certo “compreender”, não – formulado nem formulával. Por isso diz Mikel Dufrenne que o sentido dado pela obra é um sentido “... Todo envolvido no sensível, sentido nascente, claro e indistinto, irrefutável e, contudo, sem prova: um pré – sentido, de certo modo”. Ou seja: um sentido próprio do mundo dos sentimentos, indizível e incomunicável – apenas exprimível na obra e pela obra.”
Não poderia esquecer no meu texto de reflexão da experiência estética, onde o cotidiano tem suas regras mudadas, ou seja, passamos a fazer o que normalmente não somos acostumados a fazer, o que eu costumo chamar de arte.
Em uma obra de arte podemos encontrar uma série de sentimentos como: alegria, tristeza, angustia, amor, carinho, etc. Cada espectador tem a sua própria maneira de sentir as emoções e sentimentos já que o espectador não é somente a testemunha que consagra a obra, ele é, à sua maneira, o executante que a realiza; o objeto estético tem necessidade do espectador para aparecer. Pois o que eu sinto ao ver uma determinada cena não é a mesma coisa que você sentiu. Então as artes têm essa função de despertar sentimentos diferentes usando a mesma metodologia.



Referências:
Texto Nos Domínios do Sentimento: Arte e Experiência Estética, de João-Francisco Duarte JR.

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